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Estrabismo

  • Foto do escritor: Dra. Alléxya Affonso
    Dra. Alléxya Affonso
  • 16 de set.
  • 4 min de leitura

estrabismo


O estrabismo é uma alteração no alinhamento ocular, causada por um desequilíbrio no funcionamento dos músculos responsáveis pelos movimentos dos olhos. Isso faz com que os dois olhos não consigam fixar o mesmo ponto ao mesmo tempo.


Quando um olho está direcionado corretamente para o objeto, o outro pode se desviar. Esse desvio pode ser constante ou aparecer apenas em alguns momentos. Há casos em que o desalinhamento é discreto (estrabismo leve) e quase passa despercebido, enquanto em outros é evidente e pode gerar desconforto estético, além de prejudicar a visão.


O termo paciente estrábico refere-se à pessoa que apresenta essa condição. Também é comum ouvir expressões como desvio ocular, olho torto ou olho vesgo para se referir ao estrabismo.


Causas do estrabismo


Cada olho possui seis músculos extraoculares, que trabalham em conjunto para movimentar e alinhar os olhos. Para que ambos permaneçam focados no mesmo objeto, é necessário que esses músculos atuem de forma coordenada e equilibrada, sob controle do cérebro. Quando esse equilíbrio é rompido, pode ocorrer estrabismo.


Entre as principais causas estão:

  • Alterações neurológicas (tumores, acidentes vasculares cerebrais, paralisia cerebral, hidrocefalia);

  • Síndromes genéticas (como Síndrome de Down e Síndrome de Duane);

  • Complicações da prematuridade;

  • Infecções virais;

  • Traumas cranianos.


Em adultos, o estrabismo geralmente é adquirido, sendo mais comum após traumatismos ou problemas vasculares (como tromboses). Algumas doenças também podem estar associadas, como:

  • Diabetes (estrabismo paralítico de origem vascular);

  • Síndrome de Guillain-Barré;

  • Botulismo;

  • Perda de visão em um dos olhos;

  • Traumatismo cerebral.

  • O histórico familiar aumenta o risco de desenvolver estrabismo, o que reforça o caráter hereditário em alguns casos.


Em crianças, um dos fatores relacionados pode ser a hipermetropia não corrigida, tratada com o uso de óculos. Além disso, a perda de visão causada por outras doenças também pode desencadear o desalinhamento ocular.


Sintomas do estrabismo


Os sintomas podem variar em intensidade e frequência. Em alguns casos, o desvio é contínuo; em outros, aparece apenas em determinadas situações.


Os sinais mais comuns incluem:

  • Olhos desalinhados (olhos cruzados ou desviados);

  • Dificuldade de manter ambos os olhos na mesma direção;

  • Visão dupla (diplopia);

  • Perda da percepção de profundidade (estereopsia);

  • Movimentos oculares descoordenados.


No estrabismo congênito, geralmente não há sintomas, já que o cérebro da criança pode suprimir a visão de um dos olhos para evitar a diplopia. Já no estrabismo adquirido, o paciente costuma se queixar de visão dupla.


Tipos de estrabismo

O estrabismo pode ser classificado de acordo com a direção e o ângulo do desvio.


Quanto à direção do desvio:

  • Estrabismo convergente (esotropia): o olho se desvia para dentro.

  • Estrabismo divergente (exotropia): o olho se desvia para fora.

  • Estrabismo vertical: o olho se desloca para cima ou para baixo.


tipos de estrabismo

Quanto ao ângulo do desvio:

  • Concomitante: o desvio tem o mesmo ângulo em todas as direções do olhar.

  • Paralítico: o ângulo varia conforme a posição do olhar, geralmente associado a paralisia de músculos oculares.


Principais formas de estrabismo


  1. Estrabismo convergente (endotropia): Um olho fixa o objeto e o outro se desvia para dentro. Pode ser monocular (em apenas um olho) ou alternante. O alternante é considerado mais favorável, pois preserva a visão em ambos os olhos, enquanto no monocular há maior risco de ambliopia (olho preguiçoso).

  2. Estrabismo divergente (exotropia): O olho fixador permanece alinhado, enquanto o outro se desvia para fora.

  3. Estrabismo vertical: Os olhos se alinham em alturas diferentes. O paciente pode inclinar a cabeça (torcicolo ocular) para evitar a visão dupla.

  4. Estrabismo paralítico: Causado por paralisia de músculos oculares, geralmente adquirido. O desvio é maior quando se olha na direção do músculo afetado.

  5. Estrabismo acomodativo: Surge, em geral, por volta dos 3 anos, associado à hipermetropia. É um tipo de estrabismo convergente que pode ser corrigido apenas com óculos.

  6. Estrabismo intermitente: O alinhamento ocular varia, podendo ser desencadeado por cansaço, febre, exposição ao sol ou fatores emocionais. É mais comum em pessoas com miopia não corrigida.

  7. Pseudoestrabismo: Aparenta desvio ocular, mas não há estrabismo real. É comum em crianças com prega de pele no canto interno dos olhos (epicanto).

  8. Estrabismo latente (foria): O desalinhamento não aparece normalmente, mas pode se manifestar em situações específicas, como quando a visão de um olho é ocluída.


Estrabismo infantil


O estrabismo infantil aparece geralmente após os seis meses de vida. Quando surge por volta dos três anos, está frequentemente relacionado à hipermetropia e recebe o nome de estrabismo acomodativo.


Muitas vezes, as causas são desconhecidas. Em mais da metade dos casos, o estrabismo já está presente ao nascimento, sendo chamado de estrabismo congênito.


Além dos erros refrativos, diversas condições podem estar associadas, como paralisia cerebral, retinopatia da prematuridade, rubéola congênita, retinoblastoma, síndromes genéticas e traumatismos cerebrais.


Tratamento do estrabismo infantil


  • Correção com óculos em casos de hipermetropia;

  • Uso de oclusores (tampão) para tratar ambliopia;

  • Cirurgia dos músculos oculares, quando necessário, geralmente entre 3 e 6 anos de idade.


Estrabismo tem cura?


Na maioria dos casos, o estrabismo tem tratamento eficaz e pode ser corrigido. A conduta depende do tipo:

  • Estrabismo acomodativo: corrigido com óculos ou lentes de contato;

  • Outros tipos: podem exigir cirurgia nos músculos oculares.


Tratamento do estrabismo


O tratamento pode variar conforme a idade e a causa:

  • Em crianças: correção de erros refrativos, tratamento da ambliopia e, quando necessário, cirurgia para reposicionar os músculos oculares.

  • Em adultos: correção óptica, exercícios ortópticos em casos de estrabismo latente e cirurgia nos casos manifestos.


Exercícios ortópticos


Podem ser úteis em alguns casos de estrabismo latente, ajudando a manter o alinhamento e reduzir sintomas como dor de cabeça e fadiga ocular.


Cirurgia de estrabismo


A cirurgia reposiciona os músculos oculares para realinhar os olhos. É importante ressaltar que não é realizada com laser, ao contrário do que muitos pensam.


👉 Em resumo, o estrabismo é uma condição comum, que pode ter diferentes causas e manifestações. O diagnóstico precoce e o acompanhamento oftalmológico são fundamentais para garantir não só um bom resultado estético, mas também a preservação da visão binocular.

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